quinta-feira, 12 de junho de 2008

1-tetraplegia

ü Introdução
O número de pessoas portadoras de tetraplegia é muito maior do que a maioria das pessoas imagina, pois esses indivíduos são freqüentemente mantidos em suas residências (em suas camas), absolutamente isolados do mundo; e quanto mais pobre, menos acesso terá a tecnologias assistivas, e portanto mais isolado estará o indivíduo. Embora os dados do censo brasileiro de 2000 não forneçam informações detalhadas, pode estimar em cerca de 200.000 pessoas portadoras de tetraplegia no Brasil.
ü O que é Paraplegia?
É uma das limitações físicas mais severas, onde ocorre, em menor ou maior grau, a perda de movimento dos braços e pernas do indivíduo. Existe uma imensa gradação nessa perda de movimento, que pode ir desde a perda de força, até uma imobilidade completa. As situações que provocam a tetraplegia são muitas, mas quase todas têm a ver com danos a uma porção da medula na coluna cervical.


ü Qual a diferença entre Tetraplegia e Paraplegia?
Quando a lesão ocorre abaixo da sexta vértebra cervical, a pessoa pára de mexer as pernas. Isso se chama paraplegia. Quando a lesão se instala acima de C6 provoca tetraplegia que pode ser completa ou incompleta. Na tetraplegia completa, há perda total do movimento das pernas e dos braços; na incompleta, se o trauma tiver comprometido C5 ou C6, sobrou ainda uma parte intacta da enervação que possibilita mexer um pouco os braços.
ü Causas
A tetraplegia pode ser causada por diversas maneiras, tais como doenças neurológicas e/ou lesão do cérebrou ou da medula espinhal.
Ø Doenças neurológicas:
Hemorragias cerebrais – Ocorre tetraplegia quando a ruptura de uma artéria cerebral em seguida a traumatismos, a distúrbios da coagulação ou então a alterações vasculares congénitas ou adquiridas, em que se verifica hemorragia no troco encefálico;
Insuficiência vértebro-basilar – É um ataque isquémico com manifestação aguda derivante de uma insuficiência da irrigação sanguínea improvisa no território da artéria basilar. A sintomatologia é caracterizada por vertigens rotatórias, distúrbios do campo visual, cefaleia, quedas inesperadas e repentinas e a tetraplegia (nos casos mais graves);
Esclerose lateral miotrófica – Provoca atrofia progressiva e paralisias dos músculos esqueléticos. Na fase avançada a paralisia afecta todos os quatro membros, propagando-se em seguida também aos músculos do pescoço e da língua;
Ø Traumatismos da medula espinhal: Os traumatismos de qualquer natureza que compreendam um corte da medula no tracto compreendido entre a terceira e a quinta vértebra cervical têm como consequência, se não são mortais, uma tetraplegia. Nesses casos a lesão medular impede a passagem dos impulsos voluntários do cérebro para a musculatura e das sensibilidades cutâneas até o cérebro.
Os casos mais comuns de lesão medular são ocasionados por acidentes automobilísticos, mergulho em águas rasas, quedas e agreções.

ü Exclusão Social

Sob diversos aspectos, um indivíduo tetraplégico está em ampla desvantagem em relação a uma pessoa normal. Ele está impedido de andar, e como existe a deficiência nos membros superiores, também tem muita dificuldade para acionar dispositivos que exijam atuação de ordem física (como cadeiras de rodas). Um tetraplégico normalmente não terá controle das suas funções excretoras, e assim provavelmente usará sondas urinárias (ou dispositivos semelhantes) e fraldas higiênicas. Até mesmo ficar o tempo todo na cama pode ser mortal: quase sempre ocorrerão escaras, feridas abertas devido à circulação sangüínea interrompida pelo peso do próprio corpo, que podem evoluir para uma infecção generalizada. A falta de movimento e controle das mãos pode ser leve, e com a ajuda de órteses ser possível comer e escrever, mas pode ser tão severa que impeça isso completamente, sendo a pessoa obrigada a contar com o auxílio de outras pessoas para realizar sua alimentação, higiene, acesso a itens de cultura (em outras palavras, ler e escrever), acesso a itens de comunicação (telefone, por exemplo) e assim por diante. De qualquer forma, estudar para um tetraplégico é sempre muito difícil pois ele dependerá da ajuda constante de outras pessoas para escrever e ler. Essa dependência acabam por trazer ao longo do tempo o afastamento do tetraplégico do universo social, com várias conseqüências de ordem psicológica.

ü Inclusão Social
As pessoas pensam que tetraplégicos são incapazes de fazer alguns tipos de coisas como as outras pessoas comuns, mas isso não é verdade. Elas são capazes de realizar muitas coisas cotidianas como nós. São capazes até de fazerem pinturas com a boca.
A Pintores com a Boca e os Pés não é uma associação beneficente, mas sim uma sociedade de membros especiais importantes. Todos os seus integrantes aprenderam a pintar sustentando o pincel com a boca ou com os dedos dos pés, por não possuírem o uso das mãos. A constituição da sociedade, no ano de 1956, deu oportunidade a todos os seus membros de se manterem com a venda de pinturas em forma de cartões, calendários e outros artigos. A principal preocupação da associação é incentivar pessoas com essas deficiências, proporcionando-lhes uma bolsa de estudos até o seu aperfeiçoamento na pintura.



André Luis EstanislauNascido em 14 de Outubro de 1963, no Rio de Janeiro. Aos 9 anos deixou de acompanhar seu colegas nos jogos de futebol e foi quando os médicos diagnosticaram atrofia muscular progressiva. Estimulado por seu irmão Antônio João Estanislau Filho, André começou a pintar e entrou para a Pintores com a Boca e os Pés em 2006.

Claudette CorpoNascida em 15/06/1938, em São Paulo. Aos 4 anos de idade, teve poliomelite. Sempre gostou de mexer com arte e, aos 18 anos, começou a dedicar-se à pintura com a boca.

Clênio M. VenturaNascido em 23/11/1968, em Brasília / DE. Ficou tetraplégico com 19 anos após sofrer um acidente ao mergulhar em águas rasas na Barragem de Santo Antônio do Descoberto. A partir daí aprendeu a pintar com a boca. Em 2006 realizou apresentação de pintura durante 11 horas sem parar e pretende com isto entrar para o Guinness Book (livro dos recordes).



Daniela CaburroNascida em São Carlos, em 10/06/71. Com 8 meses de vida teve poliomielite e como conseqüência, ficou tetraplégica. Para Daniela, a arte sempre foi um sonho de poder colocar para fora tudo o que estava na sua cabeça e na sua alma; e desde 1995 ela vem dedicando sua vida à pintura, mostrando um grande talento.

Foram desenvolvidos dispositivos que auxiliam tetraplégicos a exercerem alguma atividade profissional adaptada às suas competências, visando promover a sua inclusão profissional, integração social e promover-lhes uma fonte de renda. Como os tetraplégicos possuem comprometimento dos membros superiores, existem poucas opções de ocupação profissional disponíveis. Foram analisadas quais profissões que requeriam menos adaptações para serem exercidas com esses movimentos preservados. Foram selecionados um estúdio fotográfico, uma gráfica rápida e um caixa expresso para lanchonetes e desenvolvidos adaptadores com sensores para o acesso a cada estação de trabalho. Após os testes, o sistema demonstrou ser prático e de fácil utilização.

Um comentário:

Lucas Eneas e 1VD disse...

BOM CONTEÚDO, MAS PENA QUE NÃO FIZERAM A PARTE DE IMAGENS E RECURSOS VISUAIS.
NOTA 3,0
PROFª MIRYA